9.01.2006

 

CONCLUSÕES - I (para leitores judeus)

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Como vimos as causas fundamentais do conflito Palestina e Israel são claras.

Durante a guerra de 1948, 750.000 palestinos fugiram aterrorizados ou foram expulsos pela força da sua pátria ancestral e por isso, transformados em refugiados.

O estado de Israel recusou-lhes, na sequência disso, a autorização para regressar e, ou destruiu inteiramente as localidades onde habitavam, ou expropriou as suas terras, pomares, casas, lojas, pertences pessoais e de negócio, para serem utilizados pela população judia.
Este foi o nascimento de Israel!...

Sabemos que é difícil de aceitar emocionalmente mas, neste caso, o povo judeu está no lado do erro.

Tomámos a maior parte da Palestina pela força aos árabes e culpámos as vítimas por resistir à sua espoliação.
Se um de vós por qualquer razão vai de encontro a um carro parado, danificando-o, manda a justiça que tenha que pagar a reparação respectiva.

A nossa obrigação moral para com os palestinianos não é menos clara: é tempo de todos os judeus de boa consciência fazerem as reparações possíveis aos palestinianos, de forma a honrar o melhor da tradição judaica: a sua base ética e moral.

Qualquer crítica que se faça a Israel é tradicionalmente vista pelos judeus americanos como prejudicial para o povo judeu, mesmo que a crítica seja justa.

O princípio de que “o meu povo, certo ou errado, é na mesma o meu povo” não é diferente daquele outro que afirma que: “o meu país, esteja certo ou errado, é na mesma o meu país”.

Quando se começa a entender que os meios justificam sempre os fins, perdemos a razão para evocar a moralidade.

Bem como milhões de outros judeus americanos que não estão inscritos em organizações judaicas americanas, sentimo-nos ultrajados pela continuada opressão efectuada sobre os palestinianos, e julgamos que isso tem arruinado os altos padrões morais do povo judeu.

O governo israelita poderia resolver a crise israelo-palestina de um dia para o outro!

Fazer isso seria fora de dúvida no melhor interesse dos seus próprios cidadãos, dado que os actos de terrorismo contra Israel cessariam se as reivindicações palestinas de um estado palestino independente e viável fossem aceites e dadas as indemnizações por perdas sofridas pelos árabes.

Aqui na América nós, judeus, estamos completamente assimilados no seio da sociedade, e ocupamos posições de poder e influência em todo e qualquer domínio de actividade. Já não necessitamos de actuar de forma defensiva. Podemos mudar de atitude, dado que não está em causa sermos judeus ou não.

No mínimo dos mínimos os judeus americanos devem esclarecer categoricamente que não podemos admitir a ocupação ilegal da Palestina por Israel, e o assassínio e a mutilação de manifestantes que apenas atiram pedras, conforme está documentado em relatórios do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Amnistia Internacional, da “Human Rights Watch”, o grupo israelita “B’Tselem”, etc.

De acordo com um inquérito encomendado pelas cinco principais organizações de judeus americanos, mas mais tarde escamoteada por elas, 20% dos judeus americanos apoiava as solicitações palestinianas e 35% declaravam que Jerusalém devia ser partilhada.

Isto, perante um quase total supressão das notícias a respeito das posições palestinianas na nossa imprensa, é muito impressionante.
Reúnam-se a este grupo de judeus americanos contactando “Not In My Name” em http://www.nimn.org/, grupo que lidera um conjunto de grupos judaicos que protesta contra as ocupações feitas por Israel.

Os interesses de longo prazo de Israel podem ser melhor servidos apoiando os grupos israelitas que pugnam pela paz, tais como “Gush Shalom” (http://www.gush.shalom.org/) e não o governo de Israel e a sua brutal repressão, que conduz a uma interminável violência. Os grupos israelitas pela paz criticam com toda a razão o seu governo, e também nós devíamos fazê-lo, uma vez que eles dizem agir em nosso nome.

Grupos americanos como o “Jewish Peace Lobby”, a “Jewish Voice for Peace” e a “Middle East Children’s Alliance” também merecem apoio.

Não comprometam o vosso comportamento ético apoiando cegamente políticas erradas – apliquem-se, pelo contrário, na busca das soluções justas.


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